Sócrates e os números


Já é um hábito em Portugal. E não é apenas uma manha de José Sócrates. Todos os chefes de Governo adoram fazer este número quando o INE divulga dados que agradam aos executivos. Hoje, o primeiro-ministro, acabado de chegar das férias - que muitos portugueses não têm -, veio comentar, contente da vida, os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística que indicam que a economia cresceu 0,3 por cento no segundo trimestre. Diz Sócrates que o Governo está no caminho certo para sair da crise e que os dados divulgados pelo INE são «animadores» e «positivos».
Declarações como esta, já esta semana reafirmada pelo ministro das Finanças, só me fazem lembrar a célebre tirada de Manuel Pinho, em 2006, quando o então ministro da Economia anunciou o fim da crise. Pelos dados internacionais sabemos que a crise financeira e económica está longe do fim. Por cá o desemprego aumenta a olhos vistos, o número de pobres já ascende a dois milhões e o ambiente económico é ainda anémico. Se isto é sinal de contentamento, o nosso primeiro-ministro vive noutro planeta que não a Terra!

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