Fazes-me sempre chorar, raios!


Não é novidade para os que me conhecem que adoro Lobo Antunes. Gosto dele porque é genuíno, porque é sincero, porque diz o que sente e pensa, mesmo que a sua opinião seja estapafúrdia. Mas sempre, sempre, com o respeito pelo outro em primeiro lugar. Ontem, entrevistado por Judite de Sousa, na Grande Entrevista da RTP, o homem que esteve às portas da morte e que não deixou nunca de acreditar mostrou-se novamente disponível para o País que, em tantos momentos, tem sido ingrato com ele. Ficam algumas das frases mais marcantes:

— «Não falo, entre amigos, de dois temas: política e mulheres. Isso é falar de mentiras. Já reparou que os homens mentem tanto quando falam das mulheres?».

— «Sou um homem simples. Não tenho nada. O que escrevo há 30 anos não é meu, é das pessoas, do País, do Mundo».

— «Leio todos os dias para aprender. Ainda acho que não sei escrever».

— Última pergunta da entrevista: «Passaram 30 anos desde que lançou o primeiro livro. Que diferença existe entre o António Lobo Antunes de 1979 e o de hoje?». Resposta: «Espero ter conseguido conservar a virgindade no olhar».

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