Com ou sem bombos, a festa é mesmo a da extinção.


Hoje milhares de pessoas protestam em Lisboa contra a extinção de freguesias. São centenas de autarcas que vão vincar essa posição na capital. A reforma 'Relvas' é para seguir em frente, e mesmo que pudesse haver manobra de negociação, há um Memorando que o impede. Podem vir fanfarras, bombos, gigantones e associações locais e populares, incentivadas pela Associação Nacional de Freguesias, que organiza a marcha, a malta tem de compreender que o tempo das vacas gordas já lá vai. E que o desbaratamento acabou. É certo que, nalguns casos, «paga o justo pelo pecador», como diz o ditado, mas quando não há dinheiro, das duas uma, ou aceitamos o fardo do passado que outros fizeram ou perecemos num país à beira mar plantado.


Comentários

Anónimo disse…
não tem nada a ver com o tema, mas essa imagem lembra-me um Portugal a esvair-se, com o sangue a descer por aí abaixo até secar.

gelo
Ana Clara disse…
eheheheh só tu para teres essa imaginação ;-)
Anónimo disse…
aposto singelo contra dobrado que a coisa não vai avante.

primeiro é uma ideia estúpida (mais uma entre centenas) da tróica, mal feita e mal parida.

décadas de governos PS e PSD têm contribuído para o desequilíbrio do país, levando a que por causa da macrocefalia do Porto e de Lisboa se gastem pipas de massa em infraestruturas que sirvam populações de dois e três milhões de pessoas. Veja-se a construção da Vasco da Gama (que vamos pagando), a instalação do comboio na 25 de Abril e o constante pedido da mais uma ponte sobre o Tejo.

destruir as freguesias de que mais as pessoas têm necessidade, ainda por cima não tão caras quanto isso (lembre-se que se não fosse o berreiro tinha-se pagado mais um a renda de agosto à lusoponte ou a falta de interesse em reciclar contratos ds PPP outra imposição da tróica), apenas vai contribuir para piorar o país ainda mais.

depois, relvas que tem clientes e não inteligência será incapaz de fazer frente aos lobbies autárquicos do seu partido. Avançou com uma reforma necessária, sem cuidar de a fazer bem e participada. pagará em tempo e dinheiro o tempo e dinheiro que não quis gastar a fazê-la bem e participada.

a ana clara dá demasiado benefício da dúvida a quem há décadas nos engana. eu cá só dou aos que ainda não me enganaram e é só até ao dia...
Ana Clara disse…
Eu dou o benefício da dúvida sempre, acho que isso é fundamental :-) Quanto a esta reforma, difícil, acho que nalguns casos ela faz sentido, noutros nem tanto. O poder local é uma conquista democrática e ele é o responsável por muito do desenvolvimento que este país registou. Felizmente tivemos muitos e bons autarcas - desde câmaras e juntas de freguesia - que fizeram um trabalho notável em muitas regiões. Mas há uma coisa que eu sempre defendi, mesmo antes da Troika e antes de Relvas: há recursos mal aproveitados, há dinheiros públicos mal gastos, há muita gente que vive à custa do Estado e não ao serviço do Estado. É isso que tem que ser combatido. Sem nunca colocar em causa o apoio às populações. Primeiro os cidadãos, depois o resto. Mas a reorganização territorial administrativa, nalguns casos, com municípios, pode muito bem ser reequacionada. Por vezes falamos de 30 km entre concelhos. Mas o problema é que nunca vamos ser devidamente esclarecidos neste dossier. Temo isso! :-(

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