SCUT. O povo que pague.



O Tribunal de Contas arrasa, por completo, a introdução de portagens nas SCUT. Ao contrário do que apregoou o Governo e a senhora dona Troika, a medida não trouxe um benefício efectivo para o Estado e em alguns casos até agravou a situação. O relatório sobre a Gestão, Financiamento e Regulação do sector Rodoviário daquela instituição pode ainda ficar-se a saber que o Governo não salvaguardou os interesses dos contribuintes. Mais uma para a malta suportar e, calada, porque quem muito protesta neste país pode até arriscar-se a ver a vida às riscas brancas e pretas...

Comentários

Nuno disse…
Se eu ando a pagar por andar nas SCUTs... e se o Estado fica a arder com as SCUTs...


Então a pergunta que realmente se coloca é: mas quem é que está a encher o bolso às MINHAS custas?
Nuno disse…
A introdução de "(...) portagens nas antigas SCUT (...) foi aproveitada pelas concessionárias e pelas entidades bancárias.

O TC refere ainda que, com "a alteração do regime de remuneração das concessionárias para 'disponibilidade', o Estado aceitou manter as remunerações acionistas iniciais do caso base, claramente superiores às praticadas no mercado, o que não contribuiu para a salvaguarda do interesse público".

A Parpública, sociedade gestora de participações do Estado, afirmou que um dos critérios determinados pelo Estado à comissão responsável por negociar a introdução de portagens reais foi "o de salvaguardar as expetativas dos acionistas das concessionárias".

In JN.


E está explicado quem ganhou com isto.
As concessionárias. A banca. Os accionistas das concessionárias.

Quem se lixou? O utente e o contribuinte... que no meu caso, sou eu e eu! Duplamente lixado, pois então.



É ESTE, para mim, o problema de Portugal. Não é falta de trabalho, ineficiência, más práticas de gestão e muito menos poucas horas de trabalho.
Vão trabalhar um pouco lá para fora para confirmar isso. Não somos modelos de eficiência, mas trabalhamos bem. E temos virtudes que os "germânicos", por exemplo, não têm.

MAS (e isto digo eu, baseado em todo o meu saber de economia, psicossociologia, funcionalismo público, estratégia e agricultura... por isso posso estar muito enganado - mas não creio) a porra é que temos uma classe/sector/elite que "opera" sem risco.

FACTO: Os negócios da banca, dos transportes, da energia, entre outros, não têm risco.

Não têm risco porque o estado cobre o risco... E cobre o risco, pagando-o!! E quando o Estado paga algo... somos nós quem paga!

Vide os exemplos que quiserem.
Bancos que deviam ter falido. Não faliram. Estado entrou com milhões.
Concessões de estradas sem veículos? Dão lucro. Estado entra com o dinheiro à cabeça.
A éolica tem um ROI longo? Estado dá subsídios para terem lucro a curto prazo.
O petróleo sobe? O setor das gasolinas sobe o preço uniformemente. Petróleo desce? Nenhum dos concorrentes ajusta o preço. Estado não atua. Curiosamente, em momento de crise financeira e energética, a Galp faz lucros recorde.

E assim sucessivamente, um rol interminável de "negócios" que não são criminosos... mas são ruinosos.

Talvez... talvez... devessem ser criminosos, não?
Ana Clara disse…
O problema está exactamente aí, na forma como foram negociadas e renegociadas as parcerias, os contratos, etc. Infelizmente, acho que, no caso das PPP, o Estado não cuidou do seu dinheiro como devia, por interesses, por conluios, por meros actos de gestão danosa. E no caso das SCUT's, as concessionárias, foram mais eficazes de qualquer repartição de Finanças algum dia ambiciona ser.
Como sempre, o contribuinte que pague, o tuga que se aguente. Mas isto tudo sim, é criminosos e devia sentar nos tribunais muito boa gente, de aparente bem!

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