CDS. Quem não tem unhas nunca tocará as cordas da guitarra dos partidos de poder.

Sempre respeitei António Pires de Lima. Profissional e pessoalmente. Tenho-o como um homem de carácter. Mas, nos últimos anos, um dos homens de confiança de Paulo Portas, actualmente presidente do Conselho Nacional do CDS-PP, mostra cada vez mais que o Largo do Caldas e os centristas estão-se borrifando para as dificuldades dos portugueses. Olhando para trás, para o discurso político, para o eleitoralismo de «rato» que Portas sempre colocou no terreno, é vergonhosa  a forma como hoje defendem o constante e brutal aumento dos impostos em Portugal. António Pires de Lima diz rever-se nas explicações dadas ontem pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, para justificar «o aumento de impostos» em 2013. E Pires de Lima tem ainda a lata de considerar esta subida de impostos «compreensível e entendível». O partido do contribuinte, que sempre se colocou ao lado da classe média e dos mais desfavorecidos, o partido que sempre ergueu as bandeiras dos pensionistas e reformados é o mesmo que hoje governa numa coligação que extremou o mais profundo teor ideológico do neo-liberalismo. O CDS sempre foi uma bengala do PSD. Nem partido de poder é - esse estatuto apenas pertence ao PS e ao PSD. Por isso, como Portas prefere ficar no cadeirão da diplomacia externa, na zona de conforto que sempre sonhou, a classe média que se lixe. Esta era a oportunidade de ouro para Portas e o CDS mostrarem que merecem a confiança do eleitorado. Mas, há muito, que a deitaram por terra. E entende-se. A responsabilidade política e a calma governativa só está ao nível de partidos de poder. Coisa que a democracia cristã perdeu por culpa própria. Quem não tem unhas nunca tocará as cordas da guitarra dos partidos de poder.

Comentários

Anónimo disse…
a autora manifesta muitas vezes a sua desilusão com políticos e políticas do cds e do psd.

desangane-se. não foram eles que mudaram. era a autora que não queria ver o que era mais que evidente.

simpatia e bom trato pessoal no contacto com gente que lhes interessa - por exemplo, jornalistas - são característica que (também)todos os aldrabões têm. não servem para construir uma ideia sobre a pessoa, suas ideias e bondade.

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