O regresso de Sócrates e a «narrativa» sem chama. Valeu-me o Argo.

Ao contrário de um país inteiro, não vi a entrevista de José Sócrates, em directo. A essa hora, estava, calmamente a beber uma imperial e a jantar, preparando-me para entrar em modo «stop». Troquei o «regresso» e histeria em torno do ex-primeiro-ministro pelo Argo. E não foi propositado. Porque seria mais uma agarrada à televisão se assim estivesse em condições. Mas admito. Inconscientemente pensei algumas vezes: «o que terá dito o 'animal'». Pois cheguei a casa e vi a entrevista. E, desiludi-me. Esperava um outro Sócrates. Desviante da personagem que todos conhecemos. Mais astuto e com uma postura completamente diferente. Fez o óbvio. Atacou, legitimamente, Cavaco. Fez oposição. Está no direito de regressar como bem entender. Mas uma coisa é certa: Sócrates foi a cereja em cima de um bolo que retrata a crise política iminente que está prestes a estalar. Resta ao povo rezar. Rezar muito. Uma crise política em 2013 só apressará ainda mais o «afundanço» à americana. Ah, já agora, Argo mereceu mesmo o óscar de melhor filme. E Ben Affleck está um actor do caraças. 

P.S. - Lembrem-me de não utilizar nunca mais a palavra «narrativa». O uso excessivo da palavra foi revelador daquilo que José Sócrates não é: imprudente. 

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