Lideranças sustentáveis precisam-se!

Esta semana abordo um tema que devia estar já na categoria de prioritário nas agendas políticas locais e nacionais. E faço-o porque há poucos dias Abrantes esteve no palco do reconhecimento a esse nível. Refiro-me à sustentabilidade promovida pelos municípios em Portugal. Uma abordagem que, talvez a falta de dinheiro tenha potenciado, e uma prioridade imperativa num país que não pode continuar a desperdiçar recursos como se o Amanhã estivesse bem longe das nossas vidas. A este propósito a presidente da Câmara de Abrantes, Maria do Céu Albuquerque, foi premiada na semana passada pela liderança sustentável que tem desempenhado ao serviço da comunidade abrantina. Uma distinção que chegou do Comité de Honra da organização da Cimeira ‘Para uma Liderança Sustentável’, que decorreu em Março deste ano na Índia.
Ora, as exigências sociais na preservação da qualidade do ambiente têm uma preponderância cada vez maior na determinação do futuro do planeta. É através das acções individuais e ambientalmente conscientes que se poderá ambicionar um futuro mais próspero para nós e para as gerações vindouras. Por isso são tão prementes as políticas locais nomeadamente ao nível dos sistemas de sustentabilidade, algo que pode incentivar as populações a participar de uma forma activa e responsável no desenvolvimento social, económico e ambiental das suas localidades.
Mas esta linha não pode apenas limitar-se à boa utilização dos recursos disponíveis, sejam ambientais ou económicos, ela deve igualmente ser capaz de reduzir as desigualdades sociais. São estes os desafios futuros também dos municípios que, com menos dinheiro disponível, têm agora de fazer mais com menos. Do que sei, Abrantes tem conseguido, na medida do possível, promover esta agenda, seja ao nível da preservação da paisagem, da sustentabilidade dos recursos territoriais e na qualidade de vida do concelho. Maria do Céu Albuquerque tem conseguido fazer esse trabalho, sobretudo a um nível que me parece importante. Falo do estabelecimento de pontes, do diálogo e da promoção de um discurso que coloca no topo das prioridades as pessoas. Porque as pessoas são tão ou mais importantes que a preservação dos recursos. Sem elas não será possível deixar o Planeta respirar. A sustentabilidade dos territórios, que integra as dimensões de desenvolvimento social, económico, ambiental e cultural, só será alcançada com a participação e contributos das populações. Sem elas também a tal liderança sustentável está condenada ao fracasso. E os líderes têm de perceber isso se quiserem ter sucesso nos desígnios políticos que assumem. Que Abrantes consiga prosseguir esse caminho assente em políticas contínuas de sustentabilidade, e sem que as cores políticas façam mossa sempre que chegue a transição das cadeiras.
Só assim os abrantinos poderão viver em harmonia com o seu território e a sua identidade local.

*Crónica de 1 de Setembro, Antena Livre, 89.7, Abrantes. Ouvir AQUI

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