PSD. A crise de sucessão de que ninguém fala.

O tempo é sempre assim. Imediato e efémero. Para a comunicação social em Portugal também. E eu, que estou dentro dela, tenho ainda mais razões para falar. Serve este post para deixar no ar uma pergunta que ninguém ainda fez. Bem sei que é o PS o centro das atenções há largos meses e por estes dias em que a espuma parece engrossar. Mas alguém já se perguntou e/ou questionou sobre a crise de liderança que atingirá o maior partido do actual Governo? Vejo debates, comentários e opiniões diárias, seja nas televisões, rádios ou imprensa escrita, que incidem sobre a fraca qualidade dos actuais líderes que a classe política produziu. Olho para o PSD e pergunto-me: quem é a personagem que assumirá o comando do barco no pós-Pedro Passos Coelho? Refiro-me ao PSD apenas e só pela tradição do sistema político e pelo facto de apenas existirem em Portugal dois verdadeiros partidos de poder (o CDS entra para esta contagem mas noutros moldes, ancorado na força das maiorias). A ausência de alternativas partidárias no PS e PSD é um problema que surge também pelo desinvestimento no Estado social, pelo desinteresse na qualidade dos quadros que produzimos. Olhar para o passado, procurando rostos que fizeram outras gerações, não é a solução. É preciso agir e pensar se o caminho que estamos a trilhar é o melhor. Não o é. E se os partidos em Portugal querem ocupar de novo espaço respeitado (se é que alguma vez o tiveram) junto do eleitorado e dos cidadãos então a volta que se impõe é de 360 graus. Depois penso nas motivações ideológicas que caracterizam PS e PSD, com a social democracia a uni-los. E penso na forma como a Europa reduziu (com a crise económica e social que não soube resolver) a incapacidade das forças partidárias de exercer a ciência. Olhando para os homens que temos nestes dois partidos actualmente, só me apetece perguntar: não se querem fundir? Ainda que utilize a expressão de forma metafórica, talvez fosse uma ideia melhor do que andarem no triste espectáculo de matança pública. Houvesse coragem e responsabilidade para isso e provavelmente já estávamos todos um pouco melhor. Mas sabemos bem que guerrear é sempre mais fácil do que encontrar consensos. 

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