«Sem austeridade, Portugal não vai lá», dizem eles.


O aviso chegou na semana passada pela mão do Banco Central Europeu e da Comissão Europeia e dizia simplesmente o seguinte: «sem austeridade, Portugal não vai lá». Foi isto que os economistas da Troika nos disseram no final da segunda missão de monitorização pós intervenção externa, que teve lugar na semana passada em Lisboa. Lembraram que o ajustamento do défice estrutural em 2015 e nos anos seguintes ficará provavelmente aquém das exigências do Pacto de Estabilidade e Crescimento, o que para as instituições credoras reflete um enfraquecimento do esforço de consolidação. As duas instituições desafiaram o governo português a utilizar as poupanças que resultam da descida do pagamento de juros para reduzir o défice e a dívida. Na verdade é esta a grande diferença entre pares candidatos nas próximas legislativas:uma escolha entre aqueles que defendem a austeridade sem alternativas e as dos que estão do lado oposto, com promessas vãs que também não chegam láUma coisa é certa, estamos a muitas décadas de recuperar a dignidade das nossas vidas enquanto povo. E,o pior de tudo, é que contamos com dirigentes fracos, impreparados e vendedores da melhor banha da cobra que alguma vez se vendeu em eleições neste país. Excetuando a coerência ideológica do PCP, mesmo que incoerente, nada mais nos resta. Veremos qual será o veredicto dos eleitores e que tipo de governança vão escolher. A salvação é uma miragem e a melhoria das nossas condições de vida também. É um futuro incerto aquele que nos espera. 

Crónica de 15 de junho de 2015 na Antena Livre, 89.7, Abrantes. OUVIR.

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