Domingo, votem, não fiquem em casa.




Os ouvintes deve estar, à semelhança da maioria dos portugueses, cansados de campanha eleitoral, de promessas vãs, de acusações e contra-ataques diários. No próximo domingo acaba o festim, as caravanas, os jantares-comício, as visitas aqui e ali, sempre de copo na mão, para os jornais das oito da noite, e um sem fim de agendas eleitorais que, há quase um mês, por aí espalham a Boa Nova. Uma Boa Nova que, sabemos, não chegará, seja qual for o resultado do próximo fim-de-semana. Sondagens e intenções de voto à parte, há uma bruxa má que pode fazer toda a diferença. Falo, claro está, da abstenção, que continua a ser a rainha das eleições nos últimos anos em Portugal. Um povo que não vota, não pode fazer a diferença. Uma sociedade apática aguenta tudo e aceita nada. Por isso, mais importante do que vencedores e vencidos, será a capacidade de um povo em fazer diferente. Os últimos quatro anos foram dos mais duros a que já assisti e vivi desde que me lembro de viver neste país. Por isso, esta semana deixo um apelo a todos os ouvintes: no próximo domingo, votem, não pensem que a vossa escolha não fará diferença, porque o fará. Só escolhendo, só dizendo que vamos por este caminho e não por outro, é que podemos ajudar a fazer a tal mudança. Ainda que saibamos que seja difícil. Precisamos, mais do que nunca, de lutar por nós, mas sobretudo por aqueles que virão depois. E sempre, sempre com a esperança de que a classe política um dia fará diferente do que nos habitou. 


*Crónica de 28 de setembro, na Antena Livre, 89.7, Abrantes. OUVIR.

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