Legislativas 2015. A noite das facas longas nos corredores do poder.


Nesta noite importante para um país que precisa de esperança, e em que ainda não há resultados definitivos há, para já, uma vencedora nestas eleições: a democracia. A ela, juntam-se a liberdade. São elas as vencedoras, porque sem elas, nenhum de nós poderia, em consciência, votar como bem entendermos. O povo, meus caros, não é nem nunca foi estúpido, como, por vezes, tantos fazer crer. Porque cada voto conta mesmo. É o nosso. É a escolha daqueles que não disseram não a esse exercício tão fulcral para a vida democrática. E mais importante que o resultado de hoje e de outras noites - do passado e do futuro - é aceitar a diferença, é respeitar o outro. Acompanhei, com entusiasmo, esta campanha. Dos jornais à televisão, fui uma consumidora de tudo quanto se disse e se escreveu. Em todos os partidos. Noto, com tristeza, que o fenómeno das redes sociais, por cá (e provavelmente em todas as sociedades ocidentais), teve e tem o condão de gerar ódios, desrespeito pelas liberdades, suas e do outro. É esse, para já, o único comentário que me apraz registar. Há muito que me afastei das redes sociais, por isso, e por tudo quanto me intoxica. O debate, entre escolhas e opções diferentes, deve ser respeitável, porque é na diferença que somos quem somos. A noite será longa para o Platonismo. A análise a esta noite chegará esta segunda-feira em modo total, na habitual crónica de segunda-feira, na Antena Livre, 89.7. Com muito perigo, já que sem uma maioria clara por parte de qualquer força política, a noite será bem longa. Até lá, havemos de voltar aqui ainda hoje. Há uma pergunta coletiva, para a qual, todos nós, teremos seguramente respostas diferentes e talvez, todas juntas, a expliquem: como pode uma coligação de direita, depois de quatro anos de austeridade a cumprir um memorando externo, vencer de novo umas eleições? Há muitas explicações, seguramente. Nós por cá temos duas que consideramos decisivas para este desfecho. Falamos delas amanhã.

P.S. - De cada vez que olho para os gráficos que passam na TV, só vejo PS e BE juntos a formarem uma maioria. Sem PCP, pois claro. As divisões entre a esquerda portuguesa são o maior erro que os seus responsáveis têm cometido desde o 25 de Abril de 1974. Perde a democracia, perdem eles, perdemos nós. Talvez aí residam muitas respostas. Mas não só. Há erros mortais que conduzem a uma morte anunciada. 

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