PSD e CDS: o reínicio da solidão política.


PSD e CDS oficializaram na semana passada o fim do casamento. É certo que há matrimónios que duram menos do que quatro anos. E o momento atual, com novo Governo, que, aparentemente, está para durar, coloca desafios antigos aos dois partidos. Voltam ambos aos lugares a que pertencem. Pedro Passos Coelho e Paulo Portas sabiam, de antemão, que assim seria, e reiniciam agora os velhos lugares e posições no Parlamento enquanto partidos de oposição. Com o Governo de esquerda que, de acordo com Costa, é para uma legislatura, sobretudo o PSD sabe que regressou a hora de se afirmar, sozinho, enquanto maior partido da oposição. Chegou o momento de referendar-se a si mesmo, por isso mesmo marcou já congresso para abril de 2016. Portas deverá fazer o mesmo. Passos sabe que tem de marcar território com as alternativas que defende. Além do PSD também CDS terá agora de aproveitar os momentos mais importantes para a sua afirmação política individual. No quadro mais otimista, as próximas legislativas são só em 2019 e até lá há muito caminho para calcorrear. Provavelmente com os mesmos protagonistas. Se no PSD pode haver alguém que se chegue à frente, no CDS essa hipóteses é menos provável já que o partido clama pela continuidade do animal Paulinho. Seja como for, estes últimos quatro anos de coligação, deram aos partidos e a estes dois líderes uma tarimba única e necessária para repetir no futuro. Resta saber se os seus eleitorados vão querer repetir a história, sobretudo agora que a tradição política foi quebrada. Uma nota final para desejar a todos os ouvintes, colaboradores e parceiros da Antena Livre um Feliz Natal repleto de muitas alegrias e partilhas. Que seja uma noite de paz e de muita ternura com  as vossas famílias.

*Crónica de 21 de dezembro de 2015, na Antena Livre, 89.7, Abrantes. OUVIR                     

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