O Diabo. A resistir há 40 anos.


O Diabo, nome tão peculiar para os que não conhecem a sua história, faz hoje 40 anos. Nasceu em 1976, quando os desejos de liberdade ainda iam a meio e o PREC impunha sonhos há muito adiados. Uma mulher, antifascista, corajosa e livre, ousou, não teve medo, nunca se calou, nem na rua, nem no papel. Chamava-se Vera Lagoa. E hoje, entre um misto histórico e livre, assalta-me uma grande tristeza: ter trabalhado mais de três anos neste jornal que resiste e não a ter conhecido. Valeu-me o que bebi naquela redação: experiência, o legado de Maria Armanda Falcão e aqueles que apostaram em mim para me lançar às feras e aos círculos políticos puros e duros. Foi um período da minha vida que, sem dúvida, posso chamar de PJEC [Período Jornalístico em Curso] do meu tempo, e que me havia de marcar para toda a vida. Um abraço aos que comigo lá trabalharam e que trouxe para a caminhada eterna. Porque o mais importante é que hoje, 40 anos depois, e muitas turbulências vividas, há um jornal que resiste – goste-se ou odeie-se – e há amizades impossíveis de serem apagadas.

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