O desafio económico de Costa.





No congresso do PS que este fim de semana teve lugar em Lisboa António Costa cumpriu a missão ideológica em que acredita.


Prometeu luta aos neoliberais na Europa, defendeu a escola pública, garantiu mais rendimentos para as famílias portuguesas e cerrou os dentes à direita.


Na reunião magna da família socialista, a primeira depois de Costa ter chegado a São Bento, foi clara a intenção do líder do PS em sublinhar que a aliança com o PCP e o Bloco de Esquerda, é mais forte do que muitos pensam.



E não esqueceu as bandeiras dos partidos à sua esquerda avisando a Europa que punir Portugal pelo défice excessivo é fugir à velha máxima da solidariedade europeia.



No campo económico, nem um número. Do lado financeiro, nem uma bateria apontada.



É legítima a mudança de políticas. É legítimo que um novo Governo em funções vire a agulha em muitas áreas. Mas também sabemos que a política económica do atual Governo irá retrair investimento e travar o consumo interno. Só um cego que olhe para as estatísticas trimestrais não o vê.



A juntar a isto as exportações que recuam dia após dia, fruto das crises que atingiram muitos dos nossos mercados-alvo, como África e América Latina, tememos, e muito, pelo futuro da economia e do crescimento económico.



António Costa sabe disso como também sabe que imperam as reversões de muitas políticas que atiraram milhares de portugueses para o desemprego e para patamares de limiar de pobreza.



O grande desafio de António Costa, enquanto secretário-geral do PS e consequentemente como primeiro-ministro, é, sem dúvida, o económico.



Veremos em que ponto estará o país no próximo congresso socialista.



Até lá, há que conceder o justo benefício da dúvida.



*Crónica de 6 de junho de 2016 na Antena Livre, 89.7, Abrantes. OUVIR.



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