Autárquicas 2017: o sonho que lhes escapa


O arranque da campanha eleitoral rumo a 1 de outubro marca a semana que agora termina.

Tenho para mim que o Mundo, leia-se Portugal, se cumpriria melhor, sem muitos candidatos que, em autárquicas, se disponibilizam para servir o país.

Olhar, mesmo que de forma enviesada, para a propaganda que saiu à rua, para os slogans ultrapassados, para a renovação que não se vê como já era tempo, leva-me a lamentar que, tantos anos depois, tenhamos hoje, em 2017, uma das campanhas mais fracas que alguma vez já assisti.

Pela natureza do ato eleitoral, é difícil, muito difícil acompanhar todos os concelhos, todas as opções para as Juntas de Freguesias, para já não falar dos candidatos às assembleias municipais.

Conheço alguns candidatos, país acima, país a sul.  Sei ao que vão, não preciso de ler o programa eleitoral, porque, nalguns casos, são tudo menos ideias próprias, anunciam-se, como sempre, como meros panfletos partidarizados de classe. Legítimas ladainhas, é certo. Mas impróprios aos olhos dos que se desagarraram do passado num mundo que muda ao segundo.

Posto isto, Platonismo irá até às eleições analisar as candidaturas que avançam nos municípios mais expressivos a nível nacional. Leia-se expressivos, não mediáticos.

Uma última nota, para deixar no ar uma pergunta: por que raio se lembraram os partidos este ano de fazer cartazes a pares? A lógica está certa, concordo, dar a cara pelos vários órgãos que vão a votos. Mas, do ponto de vista comunicacional, produzirá os efeitos de charme pretendidos? 

Tenho dúvidas. E falo apenas pelas reações que em Lisboa já me provocaram alguns. Até sustos já apanhei. Mais tarde falaremos do lado da propaganda.

Por agora, vamos assistindo ao folclore alimentado pela comunicação social, sedenta de fazer meros circos sem filtros, sem capacidade de relatar diferente. É mais fácil trabalhar arruadas populistas, ridículas e nalguns casos onde duas mãos não chegam para contar os intervenientes.

Que o povo tenha coragem para mais uma semana, porque bem precisamos todos. Resta o lado humorístico, que nos salva, e nos dá a capacidade de rir connosco próprios. 

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