Portugal é (e sempre foi) muito mais do que (apenas) Lisboa
Fotos: Ana Clara | 5 de Outubro 2018, Abrantes |
Sou uma mulher de emoções, de romantismos e de saudade.
Começo esta crónica por aqui porque é tudo isto que representa a minha relação
com Abrantes.
Sou filha da terra, aqui nasci, cresci e me tornei no ser
humano que sou. Com tudo aquilo de bom e menos bom por que passa o processo de
desenvolvimento de qualquer pessoa.
Balizada numa educação muito própria, num contexto social,
económico e cultural também ele muito igual a si mesmo e fortemente
influenciada pelas raízes, pela forma como nos mantemos vivos num lugar que é
só nosso e que nos pertence para sempre.
Nunca abandonei esta cidade, mesmo sendo hoje uma emigrante
interna de nome. É cá que regresso sempre que posso, para os braços dos meus,
para o conforto da luz, para o sossego dos cheiros, simplesmente, para sentir o
que em mim se entranhou desde o tal berço que me pertence por natureza.
E é por isso que quando voltamos percebemos melhor o
desenvolvimento e as mudanças do que aqueles que cá vivem. Eu, que há anos,
regresso e vejo mudanças, outras vezes paradas no tempo, fico imensamente feliz
quando percebo que o turismo segue o seu caminho, sem medos, e com toda a
intensidade, como assim tem de ser.
Na tarde de 5 de outubro, num passeio pela cidade fui
conhecer o Luna Hotel Turismo de Abrantes. E naquela tarde de sol e
temperaturas a rondar os 30 graus o turismo florescia nas renovadas piscinas do espaço que
outrora foram municipais e onde passei longas tardes de verão.
No Interior, lá longe, onde Lisboa nem sonha tocar, há um
país. O mesmo que pertence ao mapa de Portugal onde tantas e tantas vezes
querem apenas fazer parecer que Lisboa é Portugal e o resto é paisagem.
*Crónica de 8 de outubro, na Antena Livre, 89.7 Abrantes. OUVIR.
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