João Vasconcelos: o empreendedor que estava à frente do seu tempo

Foto: Luís Barra 

Há homens bons que chegaram à política. No meio de muitos maus, sim, é possível. No caso de João Vasconcelos foi mais o caso de um empreendedor que a política ganhou.

A primeira vez que o entrevistei corria o ano de 2004, era ele quadro da Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE). Na altura já se destacava na forma como encarava o país, o desenvolvimento social e económico, mas ainda não sabia que o destino havia de lhe reservar a oportunidade de trabalhar por um Portugal mais moderno. 

Mais tarde, em 2012, havíamos de nos encontrar ali para os lados da Beira, onde um projeto turístico juntou jornalistas e entidades. O turismo foi um dos setores que lhe era querido e onde ajudou a alavancar projetos lá no Interior onde ainda hoje dizem que «o futuro está à nossa espera». 

João Vasconcelos chegaria entretanto à secretaria de Estado da Indústria no Governo de António Costa, em novembro de 2015. Era um inovador, o chamado empreendedor do seu tempo, sendo a organização da Web Summit a prova maior disso. Mas não era necessário. Para quem o conheceu, também nas indústrias, sabe que ele estava à frente do seu tempo. Era de um trato irrepreensível, sempre consciente de que havia linhas inultrapassáveis na relação com os jornalistas. Falo, pelo menos, por mim. Mas sei que tratava todos por igual, e com uma rectidão invulgar na forma como comunicava. 

Morreu hoje. Cedo demais. Aos 43 anos.Novo? Não. Demasiado novo. E, passadas tantas horas, ainda me é difícil acreditar que já não está entre nós. 

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