Já faltava!

Desde os comentários à ironia usados por Manuela Moura Guedes, tudo vale para a ERC condenar a estação de Queluz no que toca ao jornal nacional das famosas sextas-feiras. Temos de dar a mão à palmatória e os parabéns a uma entidade oca de sentido que abriu hoje um novo capítulo na sua tarefa de supervisão da comunicação social: a análise do alinhamento e conteúdo informativo de um jornal televisivo. Já faltava, sobretudo no de Moura Guedes que nunca cumpriu o código deontológico da classe.

Comentários

Rui Costa disse…
Já várias vezes mostrei a minha indignação perante o trabalho da MMG, como pode ler aqui. É gritante a falta de ética jornalística desta dita jornalista. A senhora Manuela Moura Guedes esquece-se que o seu papel é de transmissão isenta de informação, e não colorir factos para lhes dar interpretações interessantes (para as audiencias). O seu papel não é o do comentador. A sua função não é julgar.

Nada está desmentido? Aparentemente, Sócrates foi envolvido no caso pelo primo, sem autorização do PM. Aparentemente, as pressões não foram iniciativa do PM e, mais uma vez, o seu nome foi usado sem aparente autorização.

Não estou com isto a defender o PM, pois tenho a impressão de que há algo estranho com tudo isto. O que eu pretendo é que entenda que o PM foi alvo de julgamento em praça pública, sem que todos os factos fossem analisados, em particular pela TVI.

Note-se o destaque que a TVI deu às declarações do primo "ninja" do PM: nenhum! Isto é ser isento? Isto é ser transmissor de informação e não manipulador? Não sei, tire as suas conclusões.

Para além da não-informação, isto traz um outro problema: o PM pode agora esconder-se atrás da dita cabala contra ele. Já pensou nisso? Já pensou que se a TVI fosse ao fundo da questão antes de começar a julgar o PM, talvez Sócrates não tivesse saída? Até nisso o serviço prestado pela TVI é mau!

E é isso que é preciso evitar! Informação sensacionalista pode ser muito grave num estado democrático! Sabe o que aconteceu na Alemanha antes de Hitler subir ao poder? Crise severa, Hitler visto como salvador por alguns jornalistas iluminados, que trataram de o apoiar na divulgação (e omissão) de informação e derrubar os seus oponentes.

Agora que sabe o final desta história, será que já vê de outra forma o jornalismo sensacionalista, o jornalismo inflamado, o jornalismo julgador, o jornalismo não-isento?

É fundamental num sistema democrático haver profissionalismo e isenção no jornalismo! Pois o seu poder de influência é muito forte.

Há quem apele à liberdade de expressão ter sido atacada. Pelo contrário! Em democracia, a TVI tem o direito de noticiar o que quiser, quando quiser. Mas tem o dever de o fazer de forma isenta, evitando linchamentos em praça pública! Este tipo de jornalismo é um atentado a essa mesma liberdade de expressão! Veja-se o exemplo acima!

Já várias vezes o disse: um dos maiores cancros da sociedade portuguesa é não entender que em democracia existem direitos e deveres, que devem estar em pé de igualdade. Caso contrário, vivemos numa anarquia...