Carta aberta a todos os pais: protejam os vossos filhos da Rede do Mal!

Esta é uma crónica dedicada a todos os pais deste país. De um país que não é só Lisboa, como tantas vezes o sinto por cá.

O propósito é uma das maiores liberdades do século XXI mas também uma das suas maiores ameaças: falo das redes sociais e da forma como hoje jovens e crianças estão expostos à rede e aos seus predadores.

O caso da jovem Mariana de Ponte de Lima, atraída por um louco à solta no Facebook vem revelar, uma vez mais, a ponta de um icebergue gigante e que está, diariamente, na vida dos pais e dos seus filhos, pronto a colidir a qualquer momento.

Nos tempos que correm, cada criança e jovem, tem um telemóvel ou um tablet.

Manuseiam os equipamentos quase de olhos fechados, sem necessidade de instruções ou pedidos de ajuda.

Os pais, esses, estão colocados num patamar de fragilidade louca, sem saber o que fazem os filhos durante todo um dia de escola, oito horas diárias, cinco dias por semana.

Já não basta só alertar os filhos para os perigos da internet ou estar atento. É preciso limitar o acesso dos menores à tecnologia e ao perigoso mundo virtual, apresentado tantas e tantas vezes como maravilhoso.

Há ainda um problema mais dramático. Se para muitos pais, controlar os filhos nesta luta é fácil, tendo em conta que também eles usam as redes sociais a toda a hora, que dizer aos pais que não usam a internet, não a sabem usar, ou não têm forma de vigiar?

São estes os pais mais vulneráveis, como me pareceu ser o caso de Ponte de Lima, são estes os pais que necessitam de mais ajuda, de alguém que os ensine a lidar, de outra forma, com o problema.

O mundo da internet e das novas tecnologias é maravilhoso, bem o sabemos. Mas por lá povoam todas as aldeias do bem e do mal.

Por lá encontramos as estruturas emocionais mais complicadas. Homens e mulheres emocionalmente desequilibrados, que procuram na rede soluções e ocupações para os seus problemas e frustrações.

E lidar com isto é o mais complexo do problema. Proteger as nossas crianças destes perigos também.

Os casos sucedem-se há anos e, infelizmente, continuarão a suceder-se. Mas talvez encontre esperança no medo, a cada caso público que me apareça.

Crónica de 13 de março, na Antena Livre, 89.7, Abrantes. OUVIR.

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