União Europeia: o futuro que lhe desejo
A
União Europeia faz 60 anos. Este sábado, os líderes da Europa do século XXI,
comemoraram a data em Roma, na mesma sala, onde a 25 de março de 1957, se
assinaram os Tratados fundadores da então Comunidade Económica Europeia.
O aniversário teve a ironia de
coincidir com um momento dramático para a coesão do grupo dos agora 27
Estados-membros: a saída do Reino Unido.
E crise tem sido a palavra de ordem da
União nas últimas décadas. E são muitas: a crise da moeda única, a crise dos
refugiados, a crise grega, o terrorismo ou o crescente movimento de populismos
na Europa.
2017 marca também um novo
relacionamento da Europa com os Estados Unidos, liderada agora por um Donald
Trump muito pouco democrata e que, nos seus desejos mais profundos, deseja a
desintegração do projeto europeu.
Tudo
isto tem culminado num sentimento inquestionável: o cepticismo dos cidadãos e a
consequente desunião dos povos que não se revêm nesta Velha União que não teve
a capacidade de se refundar.
Eu
acredito no projeto europeu. E, apesar de todas as cargas negativas que os
líderes europeus nos têm dado, acredito que a União Europeia só poderá vencer
se consolidar muitas pontas soltas. Entre elas, a estabilização do euro, com
regras justas para todos, o reforço da segurança a 27, o combate à pobreza e a
criação de emprego, cumprindo o velho sonho da Europa social e equilibrada.
Sozinho,
nenhum país europeu, terá força para jogar no xadrez da diplomacia mundial e
negociar com potências como a Rússia, a China, a Índia ou os Estados Unidos.
Tudo
isto se resume às palavras e avisos do Papa Francisco: «a União Europeia corre
o risco de morrer se não reencontrar os seus ideais fundadores».
É
para aí que temos de caminhar porque sem uma Europa forte não há progresso
individual nem esperança na velhinha civilização europeia.
Crónica de 27 de março, na Antena Livre, 89.7, Abrantes. OUVIR.
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