Serviços públicos: "agora é que é", promete Costa!
«Há serviços públicos que funcionam de forma deficiente». A
frase é do primeiro-ministro, e chega tarde. Chegará sempre tarde, seja qual
for o Governo.
António Costa lamenta que haja uma degradação dos serviços
públicos no país e apesar de reconhecer que esta não foi uma prioridade nesta
legislatura, garante que, na próxima é que é.
O grito ecoa nas hostes socialistas na mesma semana em que
Costa elege o combate à corrupção como eixo central do programa que vai levar
às legislativas deste ano.
A promessa, curiosamente, é feita na mesma semana em que
dirigentes socialistas a norte foram apanhados na operação Teia e que coloca em
causa a boa gestão de dinheiros públicos.
António Costa mede cada palavra que profere.
Tal como a corrupção, Costa sabe bem o estado em que se
encontram muitos serviços públicos neste seu mandato. Desde o pavoroso caos nos
Notariados em que renovar o cartão do cidadão ou emitir o passaporte se tornou
um inferno para os portugueses, passando pelo caos nos transportes públicos,
sobretudo depois da grande benesse da redução dos passes sociais, acabando nos
serviços degradantes que as empresas de transportes prestam.
Não falo de cor. Falo como portuguesa que utiliza
transportes públicos diariamente na capital portuguesa e que passou
recentemente pelo martírio do cartão do cidadão e passaporte.
É fácil eleger prioridades em ano de eleições. É fácil
reconhecer que a realidade não pode ser ignorada ante a necessidade de apelar
ao voto.
O que é triste, décadas e décadas depois, é ver uma vez mais
um primeiro-ministro a prometer em vez de agir e já.
Como sempre, o desgraçado povo que aguente horas e dias a
fio no martírio de filas ou sem meio de transporte que o faça chegar a tempo e
horas ao trabalho.
*Crónica de 3 de junho de 2019, na Antena Livre, 89.7, Abrantes. OUVIR.
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