A Capital: um caso sério de amor para a vida toda
Calaram-se as rotativas a 30 de julho de 2005. Tive a sorte - e a tristeza - de pertencer a esta Família nesse Fim tão doloroso quanto nostálgico. Se hoje ainda ouvisse o seu bater de página faria hoje anos.
Foi uma casa especial. Talvez a maior, já que foi nela que me fiz gente a bater caracteres em prosas jornalísticas. Que aprendi o verdadeiro ADN desta profissão. Valeu cada lágrima. Cada sorriso. Cada fecho e noite mal dormida. Foi nela que tive o diretor mais aguerrido, que me empurrou para a 'selva'. Que me deu a mão. Que foi amigo. Que foi, em tantos momentos, o meu apaziguador interno. Rematava sempre, sobretudo nas horas mais negras com: "Tu és capaz!". Chama-se Luís Osório. E ele sabe, melhor que eu até, a mossa (boa) e influência que teve em mim e no meu percurso.
Nasceu a 21 de fevereiro de 1968. Ainda eu não era nascida. Fez História com capas e manchetes icónicas, atravessando o país político, social e cultural da última metade do século XX.
Para mim é como se nunca me tivesse abandonado. Não me perguntem porquê. Talvez tenhamos todos ecos do passado que nunca se calam. Que nos acompanham uma vida inteira. A Capital é um desses casos sérios de amor para uma vida inteira.
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