JMJ: fé em Deus (e na sorte)!


Estamos a menos de um mês das Jornadas Mundiais da Juventude.

Lisboa prepara-se para acolher o maior evento de sempre. Quero que tudo corra bem. Que ninguém duvide disso. Mas será que está tudo mesmo pronto, como nos repetem todos os dias até à exaustão?

Ensino, forças de segurança, transportes e comunicação social. As greves e manifestações já estão agendadas. A maioria, estrategicamente, porque sabe que é uma semana em que fará mossa.

Mas numa altura em que pouco se sabe do plano de mobilidade para a capital na primeira semana de Agosto, com uma greve de revisores da CP nessa semana, é assustador pensar em como sair de casa  nesses dias para trabalhar. O comboio é um dos meios de transporte essencial de acesso à zona oriental da cidade, local onde se realizará parte importante do programa das Jornadas.

Polémicas de altares e orçamentos à parte, o que vemos é obras a serem concluídas à pressa, um pouco à boa maneira portuguesa, e quase sem nos darmos conta, ouvimos um Rosário já conhecido de outros tempos.

Seja como for, queremos que tudo corra bem. Mas não deixa de ser lamentável ver um evento destes ser preparado em «cima do joelho» e dizerem-nos que está tudo bem. Estará mas para quem estará fora da capital naquela semana. 

Até quando vamos lavrar no erro de fazermos tudo à última da hora? Até quando seremos gestores de fim de linha a tentar salvar a honra do convento? Temos excelentes profissionais. Que, atempadamente, poderiam contribuir para um evento de excelência. Enquanto cidadã não o sinto. Pelo contrário. O que vejo é tudo a correr, à última hora, para cumprir o compromisso.

Nada disto é mau, se tudo correr bem. Só continuamos a passar a imagem clássica do costume: é que somos mesmo bons no desenrascanço nacional.

Crónica/Podcast na Antena Livre, de 10 de julho de 2023. Ouvir aqui

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