JMJ: o que realmente importa

Foto: JMJ


Declaração de interesses: sou católica. Este ponto é importante para o que vem a seguir. Vai ascender a milhões de euros o valor gasto por entidades públicas em Portugal na JMJ? Vai. Concordo? Não. São inconsequentes os ajustes diretos às obras da JMJ? São. E vamos pagar cara a fatura no futuro. Preparamos tudo em cima do joelho à boa moda portuguesa? Sim, preparamos. Não sabemos ser de outra maneira. Vai tudo correr bem? Sim, vai, como sempre. 

Feito este ponto prévio, sinto-me ofendida, mais do que como católica, como cidadã, que respeita todas as diversidades, culturas e religiões, pela forma como muita gente tem falado da JMJ. Sem um pingo de respeito por um evento que é de união de uma religião. Que é de paz entre povos. Que merece ser aplaudido sobretudo numa faixa etária que precisa tanto de esperança. 

Tenho um enorme orgulho de o meu país poder receber a JMJ. De podermos ser o povo que acolhe um momento de reflexão, de bem, de pluralismo e vontade de encontrar caminhos e não entraves. Neste país, como em tantos outros, ainda há tiques bafientos de transformar o pior em horrível. Como se diz por cá, não passarão. Porque a JMJ acontecerá, com muita alegria, com muita esperança, professando uma fé que tem e deve ser respeitada. Que as críticas sejam feitas à forma como o estamos a fazer, é legítimo. Misturar isso com o propósito do evento é, apenas e só, maldade. O Estado é laico? É. Mas nenhum Estado pode ficar à margem de um evento que representa a maioria da fé do povo que representa. Confundir-se com ele? São coisas distintas. Mas jamais ficar à margem. Com uma nuance: é que os representantes do povo foram eleitos para tomar decisões. Concordemos ou não com elas, fomos nós que lhes demos legitimidade para tal. Posto isto, gostava, enquanto cidadã e também católica, de ter neste evento algum respeito pela Fé. Porque tudo é censurável, mas a Fé é uma das poucas difíceis de o ser. 

Que Lisboa seja o palco do Mundo, que possamos contribuir para um mundo mais justo. Não é esse o propósito comum que nos une a todos? 

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