O quarto poder é quem mais ordena (Podcast Antena Livre)



Na semana passada o País girou à volta de quatro assuntos-chave: a corrupção na Altice, as buscas a casa de Rui Rio e ao PSD, o Estado da Nação e as Jornadas Mundiais da Juventude.

Este é, de facto, um País que vai do 8 ao 80. Tal como já sabemos detém-se nos temas que a comunicação social elege para colocar na ordem do dia. Quer queiramos, quer não, estamos reféns disso. Numa camisa de forças liderada pelo quarto poder das democracias, o poder dos média. Tem tanto de sofredor como de mortal. E é ainda isso que alimenta o Jornalismo e as empresas de comunicação social.

Mas o pior é que de cada vez que se explora um assunto vemos bem a nudez da floresta podre em que vivemos. A floresta, claro, é a sociedade portuguesa, a nudez é mesmo aquilo que fazemos das nossas ações, individuais, políticas e civis.

Só é pena que um dos acontecimentos mais importantes por estes dias tenha passado despercebido, noticiado na imprensa quase como que por obrigação. Falo do Prémio Gulbenkian para a Humanidade, entregue este ano a três personalidades que trabalharam na conservação de florestas na Indonésia, nos Camarões e no Brasil.

Este é um prémio, no valor de 1 milhão de euros, e que reconhece o esforço daqueles que travam a luta contra as alterações climáticas, o aquecimento global e a deflorestação. Sem medos nem temores. 

Este é um prémio que valoriza a luta maior que enfrentamos. Destaque nos média como importava? Nem vê-lo. Até quando continuaremos desvalorizar os gritos do Planeta? Não sei. Sei apenas que o jornalismo livre devia fazer muito mais por isso. Já não falta tudo, mas ainda falta a maior parte do caminho. 

Entramos brevemente num período estival. Desejo a todos os ouvintes da Antena Livre umas excelentes férias. Voltamos a encontrar-nos em Setembro! 

*Crónica/Podcast na Antena Livre, emitido a 24 de julho. Ouça aqui

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