Jornalismo: morte (in)certa?
Francisco Sena Santos é uma referência para qualquer jornalista neste País. Recebeu há poucas semanas o Galardão Comunicação, atribuído pela XV Gala Antena Livre. A mesma Gala decidiu premiar também este ano a Escola Superior de Tecnologia de Abrantes com o Galardão Instituição, e que conta com um dos cursos de Comunicação Social mais coesos deste País, o mesmo que me deu a enxada, já lá vão quase 20 anos para ingressar nesta profissão.
Servem estes três acontecimentos para dar nota, nesta antena, do inferno em que o jornalismo em Portugal se está a tornar. Falo do preocupante caso do Grupo Global Media, que integra o DN, o JN, a TSF e O Jogo, meios de comunicação, cujas direções da maioria bateram com a porta, devido ao processo de reestruturação em curso e aos graves problemas financeiros já assumidos pela Administração. Neste momento, além de salários ainda em atraso, estão em risco também subsídios de Natal.
É certo que é só mais um caso. É sabido que estamos cansados de ver meios de comunicação a morrer. Mas mais certo ainda é a apatia neste país sobre este panorama. O jornalismo não pode morrer assim, desta forma, aos nossos olhos. Falamos de jornais históricos, de uma rádio que foi a referência do jornalismo desde sempre. Até quando vamos continuar impávidos e serenos, a assistir de cátedra? Bem sei que a morte é lenta, eu própria a senti na pele várias vezes, mas uma coisa vos digo: no dia em que não houver jornalismo e liberdade na sua conceção, estaremos todos perdidos enquanto Nação.
Esta crónica é dedicada a todos os jornalistas deste País, aos que resistem e também aqueles que já nos deixaram e nos ensinaram a morrer de pé. Esta crónica é dedicada também a ti Carlos Pinto Coelho e a ti Carlos Santos Pereira! E aos jornalistas da Antena Livre, que também eles são a cara da luta diária! Obrigada a todos.
Podcast/crónica de 18 de Dezembro, na Antena Livre. OUVIR.
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