Carlos Pinto Coelho: 14 anos de saudade
14 anos sem ti. Mais de uma década lenta. Tortuosa. Contada em cada segundo de saudade crescente. É demasiado tempo para construir um universo de saudade. E tempo a menos que não pude ter. Mas os últimos anos também foram de partilhas, de anseios, de felicidade. Todas elas contigo presente. Nas manhãs mais coloridas, nas tardes tempestuosas, nas noites de decisões, nos meses e anos negros e nos mais desafiantes também. Nos jardins onde passeias há raízes que crescerão sem prazo para despontar. A luz que me deixaste continua a ser o farol da minha viagem. É o ponto que me orienta em cada travessia. Lá longe, no infinito do nosso abraço, haverá sempre a voz do meu desassossego, a voz do meu mestre, a voz do meu amigo. A mesma que me sopra ao ouvido desde o dia em que nos conhecemos, eras tu já mestre e eu uma miúda sem nada saber e com todos os sonhos no horizonte. A mesma voz que me mantém serena depois da tempestade que te transportou para outra galáxia. 14 anos é muito tempo. O mesmo tempo que será sempre demasiado para calar a saudade.
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