1 em cada 3 habitantes no leste do Chade é refugiado.
No coração de África, o Chade enfrenta uma das maiores crises humanitárias da atualidade. O país acolhe mais de 2 milhões de pessoas refugiadas e deslocadas, a maioria mulheres e crianças que fugiram do conflito no Sudão.
Desde 2023, 1,2 milhões de pessoas têm vindo a atravessar a fronteira em condições extremas, convertendo a região leste do país num dos maiores pontos de acolhimento de refugiados em todo o continente. “Atualmente, podemos verificar que 1 em cada 3 habitantes na região leste do Chade é refugiado.
“Estamos perante uma verdadeira catástrofe humanitária que de momento não vê fim à vista, dado o atual agravamento do conflito no Sudão que faz aumentar este fluxo de deslocação forçada diariamente. Desde o início do ano, já foram acolhidas mais de 130 000 pessoas refugiadas, muitas delas fugindo de ataques em El Fasher e dos campos de deslocados de Zamzam e Abu Shouk”, alerta a Portugal com ACNUR, Fundação parceira da Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), através de Joana Feliciano, Responsável de Comunicação e Relações Externas da Fundação.
Para quem chega ao Chade, sem nada e forçado a deixar a sua vida e casa para trás, as necessidades são imensas e a resposta escassa. “No terreno, as condições são verdadeiramente dramáticas: estamos a falar de existir apenas 1 médico para cada 52 mil pessoas refugiadas; somente 2 em cada 10 crianças refugiadas têm acesso à educação; e o acesso à água potável é bastante limitado, só podendo ser garantido um consumo diário de água de 10 litros por pessoa, menos de metade do mínimo humanitário recomendado”, descreve Joana Feliciano.
Estima-se que 87% destes recém-chegados sejam mulheres e crianças, e que muitas sofreram graves violações dos Direitos Humanos, tendo sido vítimas de violência sexual, detenção arbitrária e recrutamento forçado, separação familiar e falta de acesso a serviços básicos.
A chegada em massa de pessoas
vindas do Sudão agravou uma situação já frágil, com o número de população
refugiada a triplicar em apenas dois anos. E mesmo antes do conflito atual,
o Chade já acolhia cerca de 400 mil refugiados sudaneses, tendo sido
sempre um dos principais países escolhidos por quem foge dos conflitos
prolongados no Sudão, República Centro-Africana e Camarões. “O Chade é
hoje um dos países mais sobrecarregados do mundo em termos de acolhimento de
refugiados, e o apoio internacional é vital para evitar uma crise ainda maior”,
apela a Portugal com ACNUR.
De acordo com os dados mais recentes do ACNUR, apenas 30% das necessidades humanitárias para 2025 estão atualmente cobertas, o que deixa milhares de famílias sem acesso a água potável, cuidados médicos, educação e abrigo.
Neste Natal ajude o Chade
É neste contexto que a Portugal com ACNUR decidiu, nesta época festiva, apelar à solidariedade com o Chade, através da sua campanha “O presente que pode mudar milhões de vidas noChade - 1 presente, 2 milhões de futuros”. “Com um gesto simples, é possível garantir o essencial a quem perdeu tudo: refeições e kits de dignidade ou até mesmo água potável e abrigos seguros, transformando donativos em ajuda concreta. Este é o presente que muda vidas e dá mais futuro”, sublinha Joana Feliciano.
O ACNUR tem estado a trabalhar junto das autoridades do Chade e de mais 40 organizações humanitárias para conseguir prestar a assistência humanitária necessária a esta população, mas, com um financiamento tão limitado, os esforços acabam por ser insuficientes.
“Nos últimos meses, o ACNUR já conseguiu realojar mais de meio milhão de pessoas refugiadas em assentamentos mais seguros, tendo aberto ainda 8 novos assentamentos e ampliado 11 já existentes para poder acolher os recém-chegados. No entanto, centenas de milhares continuam em zonas fronteiriças sem abrigo adequado ou as condições mais básicas garantidas, e o surgimento de surtos de doenças como a cólera aumentam o risco de uma catástrofe sanitária”, explica a Responsável de Comunicação e Relações Externas da Portugal com ACNUR. E acrescenta: “é preciso ajuda urgente e nós temos o poder de fazer algo, de não ficarmos indiferentes e de ajudar a proporcionar um futuro e uma vida mais digna a estes 2 milhões de pessoas”.
Nota: na homepage do Platonismo, lateral direita, clique na imagem do Chade e saiba como ajudar.

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