O erro mortífero do «monstro» que Sócrates agradece


Se há coisa que os três principais candidatos à liderança do PSD não podem fazer é cometerem o erro de transformar a «obsessão» pelo défice na principal bandeira eleitoral. E Manuela Ferreira Leite, Passos Coelho e Santana estão, nessa matéria, a deslizar.
Estas são as eleições mais importantes no PSD desde 2005. É essencial ir para além do «monstro» até porque, bem vistas as coisas, este não é o argumento fundamental para conquistar o eleitorado. Primeiro, pela dificuldade que o PSD hoje tem em defender o rigor das contas públicas. O PS já trilhou o caminho, aproveitando o vazio que os sociais-democratas deixaram neste ponto quando eram poder. E, no campo ideológico, a tarefa é ainda mais hercúlea. O socialismo do PS é hoje liberal e Sócrates executa-o como pode há mais de três anos.
Por isso, resta aos candidatos «laranja» a oportunidade de fazerem o «sprint» das ideias. No campo dos apoiantes que se desdobram em entrevistas — como é o caso de Morais Sarmento e Rui Rio — a ajuda também não é muita porque incidem no mesmo erro. Mas, a globalização político-partidária está aí há muito tempo. O PS já o percebeu. Resta saber se o PSD aprende a lição e ainda vai a tempo. Entretando, Sócrates agradece o espalhanço.

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