Soube a pouco, a muito pouco…


No primeiro debate televisivo entre os quatro candidatos à liderança do PSD a surpresa não podia ter sido pior. Um debate bastante fraco, com um modelo paupérrimo e uma jornalista/moderadora igual a si própria.
Patinha Antão não existiu. Pedro Santana Lopes foi igual a si próprio no espectáculo mediático que só ele sabe fazer. Pedro Passos Coelho confirmou o estilo discreto e sedutor que todos lhe conhecemos. Manuela Ferreira Leite espelhou a velha imagem de respeito e austeridade, ainda que tivesse sido ousada em alguns momentos da discussão.
Vencedores não os houve até porque no campo das ideias e dos princípios também a discussão não existiu. É pena. Os militantes do PSD esperavam mais. O País também. Não houve imposição do projecto político que cada um tem. Para além do famigerado tema dos impostos nenhum deles soube explicar, por A + B, as linhas estratégicas com que se apresentam ao eleitorado «laranja». Preferiram falar para o País. E da pior maneira.
Mesmo assim se houve alguém que ganhou pontos foi Ferreira Leite e Passos Coelho. A «dama de ferro» conseguiu impor, na medida do possível, algumas linhas do seu pensamento. Pecou quando recusou opinar sobre o novo Código do Trabalho, o aeroporto e o TGV. Já Pedro Passos Coelho evidenciou-se por aquilo que mais o distingue de todos os adversários: a veia assumidamente liberal. E ainda teve tempo para dar uma lição de liberalismo económico a Manuela Moura Guedes.
Já Santana foi mais do mesmo. Apenas a marca do «animal político» o diferenciou dos restantes fazendo jus ao sangue que lhe corre nas veias.
Os «laranjinhas» e o País esperam mais do próximo debate. Um formato diferente e um moderador bem mais preparado talvez ajudem a melhorar o que ontem ninguém conseguir entender.

Comentários

Mensagens populares