A esquerda unida para disfarçar


Socialistas históricos, bloquistas e ex-comunistas. Todos juntos contra aquilo a que chamam a «ofensiva do PS» contra as políticas sociais num comício inédito, único e invulgar e que juntou em Lisboa centenas de pessoas.
Ver a esquerda tão unida é de estranhar. Se há coisa onde nunca houve misturas nem consensos foi à esquerda. Só que os tempos idos em que a matriz ideológica do PS era de esquerda já passaram. Foi assim com Mário Soares, com Guterres e com Ferro Rodrigues. Com Sócrates o PS virou ao centro. E a ala esquerda que resta no Largo do Rato ficou refém de um socialismo quase impossível de recuperar.
Mas a pergunta que fica no ar é só uma: Alegre e Louçã têm algo em comum? Não têm. E o histórico do PS comete um erro crasso quando fala da «união» da esquerda que ainda o diz ser. Jamais bloquistas e comunistas terão um elo de ligação à esquerda que Manuel Alegre representa. O antigo candidato a Belém sabe porque aceitou participar neste comício. Não só a necessidade de afrontar José Sócrates falou mais alto como o um milhão de votos conquistados nas presidenciais de 2006 tem de ser mantido. É a demagogia de um Alegre acarinhado pelo País mas que não difere, na acção, de todos os restantes representantes do poder político em Portugal.
Enquanto isso, Louçã apanha a boleia para cerrar fileiras ao PS e a José Sócrates.

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