Manuela e a união do PSD


Com a eleição de Manuela Ferreira Leite para a presidência do PSD abre-se, ao contrário do que defende a esmagadora maioria dos analistas, um novo tempo na S. Caetano à Lapa.
A «dama de ferro» vai liderar um partido dividido e com tendências cada vez mais claras. É um facto indesmentível. Mas o grande desafio de Manuela será esse mesmo: congregar à sua volta as várias famílias «sociais-democratas» que existem no PSD. Entre barroristas, santanistas, menezistas, mendistas e o que resta do cavaquismo, a nova líder do PSD não pode cometer os erros que outros na história recente do partido cometeram. Com ela, espera-se que as oposições internas não lhe dificultem o caminho.
Entre o programa de Governo que a nova presidente «laranja» terá de começar já a esboçar, há questões fracturantes que Manuela terá de definir na linha da social-democracia para ter algo de diferente que a distinga de José Sócrates em 2009. Manuela sabe de onde vem. É uma católica assumida de alto a baixo. Tem mais anos de experiência que o Primeiro-Ministro. Além disso tem um trunfo na manga: as oscilações de um Sócrates que começou na JSD e que, hoje, mesmo dentro do PS, é um líder de plástico.
Para já não falar da boa «aluna» que foi do Professor..Cavaco!
P.S. — O tempo de «reflexão» de Santana é isso mesmo. Um momento para repensar novos voos. O animal político não morreu. E com o fim da miragem de S. Bento, resta agora pensar em Belém. Um poiso bem difícil para o «menino guerreiro» que está cada vez mais amargo com ele próprio. O «seu» PPD-PSD já não é «seu». Foi pena Santana nunca ter percebido que a herança de Sá Carneiro é de todos os militantes e não exclusivo de um só.

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