«Depois de mim virá»...amargura!
O ex-líder do PSD, Luís Filipe Menezes, quebra, hoje, no DN, o silêncio em que caiu desde que abandonou a liderança do partido. Num artigo intitulado «Depois de mim virá», o autarca de Gaia afiança:«muito do que quis provocar com a minha demissão está atingido. Não houve uma eleição eufórica e já está provado que não é a mudança de "chefe", por mais que um substituto seja levado ao colo pelos interesses instalados e pela intelligentsia que parasita o statu quo, que resolve as entorses estruturais do PSD. Em trinta anos, o PSD especializou-se em dizimar presidentes. Menos tempo, ou tão pouco quanto eu próprio, passaram por S. Caetano à Lapa, Emídio Guerreiro, Rui Machete, Sousa Franco, Menéres Pimentel, Santana Lopes. Pouco mais tempo, exclusivamente por "culpa" da inércia dos calendários eleitorais, estiveram Mota Pinto, Fernando Nogueira e Marques Mendes. Saíram ainda sem glória Marcelo Rebelo de Sousa e Durão Barroso!!!». Lá nisso tem razão Dr. mas já pensou que a estratégia da vítima não funcionou com nenhum dos líderes antes de si? Se calhar não pensou...
Mais à frente, o autarca de Gaia qualifica da seguinte forma os tempos da sua comissão política: «éramos os mais representativos, intelectualmente mais sólidos, culturalmente mais bem preparados, politicamente mais experientes, ideologicamente mais esclarecidos, mais carismáticos e melhores comunicadores. Saímos porque quisemos, quando quisemos». A farpa, direitinha a Manuela Ferreira Leite é, neste ponto do artigo, bem clarinha. Só se lamenta que Menezes não consiga encontrar nenhum erro durante os seis meses em que liderou o PSD. Também é lamentável que a memória do edil de Gaia seja curta. Ou será à toa que muitos dos que estiveram com Menezes o tivessem acusado, mais tarde, de desonestidade política? É esta a triste sina dos políticos em Portugal. Lealdades assumidas e facadas nas costas a seguir. O costume, portanto.
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