«O mundo não pode esperar» (mais uma vez)...

Caricatura dos chefes de governo do G8. Junho de 2007
O Lago Toyako, na ilha de Hokkaido, no norte do Japão, recebe na próxima segunda-feira a Cimeira do grupo dos sete países mais industrializados e a Rússia (G8). Em cima da mesa e, pela enésima vez, vão estar em discussão as dramáticas mudanças ambientais e a crise alimentar mundial.
Na prevenção das alterações climáticas teremos o costume: o cumprimento do Protocolo de Quioto (1997-2012) que visa(va) a redução da emissão de gases com efeito de estufa. O documento, como se sabe, nunca gerou unanimidade e não foi ratificado por algumas potências industriais que o assinaram, com a justificação de que a sua adopção travaria o desenvolvimento, com graves impactos económicos e sociais. A nova meta é a de 2020-2050. Alguém acredita que será cumprido? Pois é...
Mas pior ainda é o problema da escassez alimentar. Para atacar a especulação petrolífera, o grupo dos G8 defende a abolição dos subsídios aos combustíveis e dos mecanismos de controlo dos preços, para deixar agir o mercado. O crescimento demográfico, os desastres naturais, o desvio da produção de cereais para biocombustíveis e a especulação bolsista fizeram disparar o custo de alimentos básicos para milhões de pessoas, como o milho, trigo, soja e arroz. E são milhões a morrer de FOME.
Será que podemos ter esperança? Não queremos ser pessimistas mas...tudo vai ficar na mesma porque o G8 é, em grande parte, o problema e não a solução. A menos que um milagre aconteça...os dramas persistirão. Os protestos mundiais em altura das Cimeiras do G8 não se vão fazer esperar. Tudo, porque «o mundo não pode esperar».

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