«Ensaio Sobre a Cegueira»


A menos de uma semana da estreia do filme «O Ensaio sobre a Cegueira», José Saramago dá hoje ao Caderno Ípsilon, do Público, uma excelente entrevista de Vida. Independentemente de se gostar ou não, o Nobel da Literatura merece nota 10 pela forma como encara o passado, o presente e o futuro. Ficam algumas das frases marcantes de Saramago em vésperas da estreia da fita adptada pelo brasileiro Fernando Meirelles.

«É como se houvesse dentro de mim uma parte intocada. Ali não entra nada».
«Talvez em 100 anos ainda haja quem me leia. Depois passo a ser um nome».
«O livro é muito mais violento que o filme».
«É mais exacto dizer que a gente escreve porque não quer morrer».
«O medo da morte nunca tive. Talvez por causa da minha costela fatalista — o que tiver de ser, será».

Comentários

JN disse…
Pois é, conferes-nos o direito a gostarmos, ou não gostarmos, do JS, e eu digo: não gosto. Nem dele nem dos livros que escreve. Nunca esquecerei o ditadorzinho que ele foi quando esteve à frente do «DN», em pleno PREC e o que fez a duas dezenas de camaradas de profissão. Eu não vivi isso, mas um muito saudoso Amigo nosso viveu e sofreu na pele o saneamento saramaguista: João Coito!
Ana Clara disse…
Pois é, mas Saramago não está np topo dos meus escritores portugueses. E te digo que nunca estará. Posso dizê-lo porque li muitas obras do comuna. E mais: na guerra entre ele e Lobo Antunes, ganhou sempre o melhor, Lobo. E mesmo sem nunca ter sido Nobel — injustamente — Saramago nunca chegará aos calcanhares de Lobo Antunes! É essa elegância que o espanholizado nunca terá! Até porque ele odeia mais o País que nós os salazarentos que por aí andam!
JN disse…
«(...) Até porque ele odeia mais o País que nós os salazarentos que por aí andam!» Espera lá, eu não me revejo nessa história do «nós os salazarentos». Não sou nada «salazarento». Como não sou «saramaguista». De resto concordo contigo em tudo. Esse JS só chegou a Nobel devido ao fortíssimo lóbi comunista que nesse ano se mobilizou em força. Mas nem nobilizado chega aos calcanhares do LA.
Ana Clara disse…
Salazarentos não somos nós, são os que restam da sepultura de Santa Comba e que ainda estão vivos!