Ai se Sá Carneiro cá estivesse...


«O PSD afastou-se da sua genética».

Pedro Passos Coelho, «PÚBLICA».

P.S. — Esta faz-me lembrar José Miguel Júdice, em entrevista este fim-de-semana ao «Semanário Económico», em que o advogado e ex-bastonário da Ordem dos Advogados dizia que se Sá Carneiro fosse vivo ou se começasse agora, «ia dirigir o PS». «O PS está muito mais próximo de Sá Carneiro do que do actual PSD». O que estes senhores ainda não perceberam é que foi o PS que mudou e não o PSD. Perguntem a Mário Soares e a Almeida Santos — em «off» — o que pensam da evolução do Partido Socialista e, depois, falem comigo!

Comentários

JN disse…
Este comentário à entrevista do PPC é imperdível e, de algum modo, motra quem é o «menino» que anda a «fazer a cama» à MFL com o apoio, entre outros, desse «grande Chico esperto dos negócios» que dá pelo nome de AC.

«Passos Coelho, que agora nos entra com frequência em casa pelas mais diversas janelas mediáticas, resolveu abrir-nos um pouco mais a alma e contar alguns segredos e prendas da sua personalidade e percurso, para além da política.
Ficámos assim a saber que perdemos um cantor de ópera, que leu o «Livro Vermelho» de Mao aos 14 anos, provavelmente nos intervalos de quando mergulhava a fundo no Voltaire, já que o filósofo francês o absorveu muito antes de Camilo ou Eça. «Sempre tive uma certa dificuldade com o romance», confessa com displicência. «Por exemplo, li Kafka muito antes da “Fenomenologia do Ser”, de Satre».
Ora aqui é que a porca começou a torcer o rabo. Acontece que Pacheco Pereira, que Coelho também terá lido mais na qualidade de filósofo e historiador que de político, deu um salto no cadeirão a ler esta.
Não porque o ex-futuro barítono ande, com estas aparições sornas nos media a tentar «fazer a folha» a Manuela Ferreira Leite, de quem Pacheco é estrénuo apoiante. Não. Apenas porque desconfiado, foi consultar «in-fólios» vários no «Tombo da Marmeleira» e por mais que procurasse, essa tal «Fenomenologia do Ser», de Satre, em que o nosso Coelho queimara as pestanas a ler, noites a fio, desprezando Kafka, Camilo, Eça e quantos mais, simplesmente não existia! Que ferro! Que bronca! E agora? Aguardemos os próximos capítulos.»
In «Coisas d’O Diabo»