Presidenciais 2026: as eleições mais sui generis de sempre

As eleições presidenciais são sempre um momento importante para os portugueses. É, talvez, uma daquelas eleições, excepção feita às autárquicas, em que o eleitorado sente, muitas vezes, que vota na pessoa, no candidato, na figura. 


As de 18 de janeiro não serão diferentes. Com uma particularidade talvez em relação a todas as anteriores: o número de candidatos que se perfilam. Se a segunda volta é já quase certa, não é tão seguro quem lá irá, sobretudo pela elevada probabilidade, como aconteceu no passado recente, de as sondagens falharem em toda a linha. 

Dos debates televisivos, houve espetáculos para todos os gostos. Uns de puros ataques e linchamentos, outros ideológicos, outros até tão maçadores como os seus protagonistas. Mas, se há coisa que o Povo não se pode queixar é de falta de debate. Ainda que na maioria deles, parecia que estávamos todos ante adversários para umas legislativas. 

Pese embora todo o mediatismo em torno das presidenciais, impulsionado nos dias que correm pelas redes sociais, que dão um valente empurrão à coisa, a verdade é que cada candidato conta. E conta também o seu passado (político ou não), a sua experiência e a simpatia que conseguem suscitar nas massas. 

É por isso que, pese embora o apoio declarado dos partidos, esta é uma eleição pessoal e pessoalizada, única e solitária para cada um deles, onde cada voto, como sempre, conta. E se também é verdade que já ninguém distingue a pré-campanha da campanha eleitoral propriamente dita, também é honesto dizer que isso já não importa muito. Os tik tok’s desta vida cumprem a missão na perfeição. 

Aconteça o que acontecer, seja qual for o próximo inquilino de Belém são muitos os desafios que estão à sua espera, não só nacionais como internacionais, num mundo global onde as exigências do País são cada vez mais imperativas.

Uma última palavra para Marcelo Rebelo de Sousa, o Presidente dos Afetos e das Selfies, que cumpriu a tradição do presidencialismo democrático, mas que teve de dissolver um Parlamento três vezes, um deles de maioria absoluta legislativa. Passou de Presidente Super Star para um final de segundo mandato já em sofrimento, fruto do desgaste de 10 anos em Belém. Para alguns deixará saudade, para outros nem tanto, mas é justo dizer que foi um Presidente escorreito e próximo das pessoas e das suas vidas. E isso ninguém pode negar! A 18 de janeiro, o País escolherá o seu sucessor e seja ele quem for, abrir-se-á um novo ciclo na vida do País! O resto, as exigências ditarão!

Por fim, desejo a todos os ouvintes da Antena Livre um Feliz Natal e umas Festas Felizes!

Crónica de 15 de dezembro de 2025 na Rádio Antena Livre. Ouvir AQUI

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