Cavaco e os três anos em Belém

Faz hoje três anos que Cavaco chegou a Belém. O homem que a esquerda acusou de ser um «perigo para a democracia e para a estabilidade das instituições» gera, hoje, consensos da esquerda à direita e, acima de tudo, junto dos portugueses. Do cavaquismo duro e até intransigente dos anos 90, o País já nem se lembra.

Unidade e a cooperação estratégica foram dois dos muitos objectivos que Cavaco se propôs a atingir. O primeiro continua intacto, já o segundo sofreu alterações substanciais muito por culpa do Governo de José Sócrates. Nos últimos dois anos que restam ao Presidente, Belém pode virar a agulha no posicionamento político em várias matérias. Investimentos públicos, casamento entre homossexuais e até a própria regionalização — temas na agenda socialista — podem levar o PR a discordar da intenção do PS. Mas a grande mudança — ou não — será o que ficará depois das legislativas. Um Governo minoritário — PS ou PSD — tendo em conta o actual estado do País e a crise económica, levarão Cavaco a intervir de forma mais intensa. Veremos se a reeleição em 2011 será ou não uma realidade!