O guerreiro que nunca parte


Só hoje tive espírito para partilhar a dor. Apetece-me apenas dizer algo. Decerto, palavras sem sentido, frases desconexas, sentimentos confusos. A morte é o que é. Todos o sabemos. Mas há umas mais dolorosas que outras. A proximidade devia desaparecer nestes momentos. Acho que se há lições de vida dadas por alguém, esse alguém foi Jorge Ferreira. Desde os tempos de combate no CDS até ao último dia em que, mesmo doente, soube sempre encarar a Vida agarrando-se ao que de melhor ela tinha. Como escreveu José Adelino Maltez, "morreu como viveu, combatendo. Morreu, vivendo, até ao último grão de esperança da sua existência". Guardo , por isso, a sabedoria e os sorrisos, as provocações nas frases certeiras e cirúrgicas quando queria chegar lá. Sei que todos partilham mais ou menos isto. Por isso, olho para as últimas horas como a partida de um guerreiro que por cá sempre permanecerá! O Céu, esse, continuará a ser sempre o infinito para ti!

Nota: Jorge Ferreira, foi líder parlamentar do CDS-PP, nos tempos em que o Largo do Caldas era liderado por Manuel Monteiro. Advogado de profissão, acompanhou sempre o ex-líder centrista, tendo fundado com ele o Partido da Nova Democracia. Professor no Instituto Politécnico de Tomar, foi com ele que aprendi as primeiras leis do Direito da profissão. Foi ele que me ensinou a dar os primeiros passos na ética e deontologia jornalísticas. Foi um Sábio, um professor exemplar e alguém a quem devo parte do que sou hoje, enquanto profissional e pessoa. Mas, acima de tudo, foi um Amigo. Era difícil não o ser.

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