Fraco, demasiado fraco


Enquanto o País estava de olhos postos no jogo da Liga Europa, em Alvalade, Alberto Martins, o novo ministro da Justiça, dava uma entrevista a Judite de Sousa, na RTP. Mais valia a estação pública ter ficado quietinha. O pretexto para a tradicional missa das quintas-feiras na estação do Estado foi o estado da Justiça, sobretudo, os danos colaterais do «Face Oculta».

Alberto Martins provou que é um ministro fraco. Ao nível do discurso e perante questões pertinentes colocadas pela entrevistadora em causa, ainda que com um toque de servidão triste, ante um membro do Governo. Todos reconhecemos ao actual governante uma indiscutível competência. No Parlamento, provou isso mesmo na anterior legislatura. Mas Alberto Martins comprovou hoje o que já se temia: o lugar que ocupa é maior que ele. A demagogia, essa, é medonha. O ministro falou, falou, falou e disse...nada. Chavões políticos e retóricos. E ainda teve a lata de dizer que quer mudar «tudo» no sector. Sobre as escutas, nada. Sobre o segredo de Justiça, nada. Sobre o que pensa o ministro da Justiça de Portugal sobre as declarações irresponsáveis do seu colega da pasta da Economia, nada.

Tempo de antena não lhe faltou. Judite deve ficar mal-disposta sempre que entrevista um membro do Executivo de Sócrates. É que fazer fretes e engolir sapos não deve ser nada agradável.

Comentários

Anónimo disse…
Por acaso não concordo que ela fique mal disposta. Ela e a RTP escolhem os entrevistados. Se calhar achou que seria bom, mas pelos vistos - pelo que dizes - correu mal. Acontece a toda a gente apanhar entrevistados melhores e piores. Os piores são mesmo chatos...