Salazar: o legado de quem não é «pai» do défice


Daqui a dois dias comemora-se o 40.º aniversário da morte de Salazar. O ditador que governou o País numa ditadura durante 40 anos quase que não será recordado no dia 27 de Julho. Mas o fantasma de um político que marcou decisivamente o século XX ainda paira, e muito, no ar e nas cabeças de muitos portugueses. Sobretudo por estes anos que correm sacrificados por uma crise sem precedentes na história económica e financeira dos últimos anos na Europa. Portugal está hoje mais avançado. Vivemos melhor. Passamos de um país rural a um rectângulo mais viável economicamente. Ainda assim, Portugal nesses 40 anos em que se viveu numa asfixia ditatorial tinha à frente do Governo um homem que deixou o legado de umas contas públicas sãs e de boa saúde. A História não pode ser apagada. As barbaridades que se cometeram durante o Estado Novo têm de ficar enterradas porque simbolizaram um terrorismo interno que ninguém quer voltar a ter. Ainda assim, o homem que tombou de uma cadeira, simbolicamente, também representa a inteligência de não ter criado o monstro que hoje todos querem entregar aos adversários. Se há nome que nunca constará como «pai» do monstro chamado défice, esse alguém chama-se António de Oliveira Salazar. Morreu faz terça-feira 40 anos.

Comentários

Anónimo disse…
Nota-se que vc é filha de pessoas bem «colocadas» na vida, se não o fosse ouviria contar histórias bem tristes, de fome principalmente desses tempos que «alguns» consideram áureos, geralmente esses «alguns» nada se importam com os que passam necessidades tudo por bem da nação, que passem os outros que não nasceram em berço de oiro não é? Que pena existirem pessoas assim, sim, sei que irá responder que não entendi. Entendi sim e não tenho complexo de inferioridade felizmente, por isso Salazar e sósias? Não, obrigada.
maria josé
Gelo disse…
Pois eu cá acho que se pode separar o salazar homem do salazar governante... E AINDA BEM QUE CAÍRAM OS DOIS DA CADEIRA!

:)
Ana Clara disse…
Cara Maria José: infelizmente não sou «filha de pessoas bem colocadas na vida», como refere. Sou filha do sacrifício, da luta e do esforço. Simplesmente vejo sempre os lados positivos e negativos da questão. Quanto ao resto, não comento. Cada um é livre de dizer o que pensa e de expressar livremente a sua opinião. Obrigada.
Ana Clara disse…
Eu sempre separei o homem do governante... :)
Gelo disse…
De resto, tempos áureos, em Portugal?! Acho que nem no tempo do ouro do Brasil e das especiarias da Índia... O mais aproximado que tivémos foi o tempo dos subsídios da CEE que alimentou muito bandulho...
Moscatelroxo disse…
O mais importante é perceber porque foi, que o Salazar chegou e como chegou ao poder!
É, esta lição da história que muitos " fundamentalistas ", não querem perceber!
Não fossem a desordem, e o quase caos ( além de muitos outros factos relevantes, existiram 45 governos, e dois presidentes assassinados em apenas 15 anos...) instalado durante a primeira república e o Salazar nunca, mas nunca tinha sido convidado, a assumir os destinos da nação e a tornar-se uma figura incontornável da nossa história.
E, não sou reaccionário, procuro é fazer a análise com alguma lucidez e sem preconceitos, e a história serve quando se quer, para isso mesmo!!