Quem não quer ser lobo nao lhe veste a pele!
«Em cada dia que passa mais 335 vão para a bicha do desemprego». A frase, de que não duvidamos, é chamada de primeira de um jornal, nacional, e que tem uma imensa história agarrada ao seu nome. O DIABO, a mítica publicação, fundado por Vera Lagoa – uma das mulheres mais respeitadas na segunda metade do século XX em Portugal, dá a notícia. Faz bem. Mas, ao mesmo tempo, e talvez por experiência própria, a empresa que geria este histórico jornal, sabe do que fala. Com o argumento das agora chamadas «reestruturações relâmpago» para despedir trabalhadores, foi este mesmo jornal que pôs a andar jornalistas que, durante um largo período da sua existência, deram tudo. Trabalhavam dia e noite para, semanalmente, todas as terças-feiras o jornal estar nas bancas. Com mais ou menos sacrifícios, com mais ou menos meios, havia uma camisola vestida. Mas na hora de despedir, foi a torto e a direito. Sem indemnização. Com acordos de pagamento que não cumpriram. Com documentos inaceitáveis pela Segurança Social de subsídio de desemprego. Com descontos e impostos de trabalhadores retidos. É assim que se despede em Portugal. O DIABO, jornal, nunca será esquecido por esses jornalistas, alguns com mais de 15 anos de casa. Respeitam-no. Agora, os responsáveis que o dirigem, esses, não merecem o menor respeito.
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