Quem não quer ser lobo nao lhe veste a pele!



«Em cada dia que passa mais 335 vão para a bicha do desemprego». A frase, de que não duvidamos, é chamada de primeira de um jornal, nacional, e que tem uma imensa história agarrada ao seu nome. O DIABO, a mítica publicação, fundado por Vera Lagoa – uma das mulheres mais respeitadas na segunda metade do século XX em Portugal, dá a notícia. Faz bem. Mas, ao mesmo tempo, e talvez por experiência própria, a empresa que geria este histórico jornal, sabe do que fala. Com o argumento das agora chamadas «reestruturações relâmpago» para despedir trabalhadores, foi este mesmo jornal que pôs a andar jornalistas que, durante um largo período da sua existência, deram tudo. Trabalhavam dia e noite para, semanalmente, todas as terças-feiras o jornal estar nas bancas. Com mais ou menos sacrifícios, com mais ou menos meios, havia uma camisola vestida. Mas na hora de despedir, foi a torto e a direito. Sem indemnização. Com acordos de pagamento que não cumpriram. Com documentos inaceitáveis pela Segurança Social de subsídio de desemprego.  Com descontos e impostos de trabalhadores retidos. É assim que se despede em Portugal. O DIABO, jornal, nunca será esquecido por esses jornalistas, alguns com mais de 15 anos de casa. Respeitam-no. Agora, os responsáveis que o dirigem, esses, não merecem o menor respeito.

Comentários

JN disse…
Há pessoas que, por falta de vergonha e de carácter, permitem-se dizer e fazer tudo o que lhes apetece. Também vi o jornal (nunca consegui deixar de o fazer) e fiquei espantado! Não propriamente com a notícia (verdadeira), importante e pertinente. Mas, sim, por ter sido «O DIABO» a publicá-la. Veio-me, de imediato, à memória, o dia 16 de Março de 2009. E todos os dias que se lhe seguiram. Até hoje. E recordei as malfeitorias e as sacanices de que algumas pessoas foram vítimas. Nunca, até ao dia de hoje, me pronunciei publicamente sobre o assunto. Mas este teu «post» ressuscitou a minha revolta. Contida e calada há muito, muito tempo. E dá-me força para, mais cedo do que tarde, contar «ao mundo» a verdadeira história (que por tanta gente e por tantas vezes me tem sido solicitada) do que efectivamente aconteceu. E não há duas verdades. Existe apenas uma. E, esta, eu conheço-a. Parabéns, AC!
Ana Clara disse…
Ambos a conhecemos, João! As revoltas nunca morrem, e por mais silenciosas que estejam, há-de chegar o dia de as ressuscitar! Beijinho
Anónimo disse…
Jornalistas como vocês merecem muito mais e melhor. E só um burro não percebe isso.