A contra-espionagem do Estado francês
Paris está a ferro e fogo com a mais recente guerra aberta entre o jornal Le Monde e a presidência francesa. A polémica está ao rubro, depois do diário ter acusado o Eliseu de usar os serviços de contra-espionagem para descobrir uma das suas fontes, no escândalo que envolve o ministro do Trabalho Eric Woerth e Liliane Bettancourt, uma das maiores fortunas do país. O director do jornal questiona «como é que se desvia um serviço de Estado, que deve lutar contra o terrorismo e proteger a segurança pública, para beneficiar o interesse privado do partido da maioria no poder». O Eliseu nega envolvimento no caso e denuncia uma guerra aberta do diário, bastante crítico face ao presidente Nicolas Sarkozy. O presidente francês começa a mostrar as garras e os laivos centralistas. Há muito que se vê e cheira mal para o lado gaulês. Esperamos que o Le Monde continue a investigação e desmonte mais uma vez as cabalas de contra-espionagem que nos tempos modernos são ainda mais requintadas que noutros momentos da História.
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