«Atacar os mercados é um erro»


Cavaco recusa qualquer retórica de ataque aos mercados internacionais. E, mediante o dia histórica em que a dívida pública atingiu os 7 por cento, o Presidente da República refere que este é um «erro» que prejudica a economia portuguesa. Até o Presidente já vem apelar ao bom senso da classe política para estar caladinha e não afectar os mercados. Ao que isto chegou.

Comentários

J disse…
A ideia dele é - julgo eu - que as críticas esquerdistas aos mercados são meramente ideológicos e esquecem as causas nacionais da crise (falta de produtividade e despesa estatal excessiva).

Mas também é verdade que muitos liberais têm uma atitude acrítica em relação ao funcionamento desses mercados, que contêm de facto algumas perversidades e carecem de mais regulação ou, pelo menos, de outro tipo de regulação. Defender isso não implica nenhuma rejeição do capitalismo.

Os esquerdistas e esses liberais mais fundamentalistas estão ambos presos num falso dilema. A minha dúvida é se o Cavaco Silva alinha ao lado desses liberais fundamentalistas ou se está interessado em refutar o falso dilema encontrando uma alternativa melhor.
Ana Clara disse…
Na minha mera e humilde opinião, Cavaco não alinha com os «liberais mais fundamentalistas», pelo contrário, fazê-lo é contrariar tudo aquilo que representa. A falência das ideologias - e do socialismo, tal como o conhecemos - está a ser muito mal gerido pelas esquerdas na Europa. Em Portugal, já se viu onde a esquerda foi parar. Num tempo como este, nesta conjuntura, Cavaco é o Presidente mais seguro que o País poderia desejar. Precisamos de mão firme, estratégica e, acima de tudo, ponderada para equilibrar o sistema.