Carlos, espera por mim, quero zangar-me para me mimares a seguir!


Neste momento bater-me-ias se dissesse: «não sei escrever». Pois neste momento te digo meu amigo, que não sei escrever. O que me assombra faz-me deixar de ter Razão em mim. A Emoção é dona do meu ser. Como sempre mo disseste. Ainda há dias falámos. Dizias-me que eu «não podia continuar esquelética». Incentivavas-me a parar e a viver mais de mim. Tu, homem de vida, de sonhos permanentes, de alegria constante, que nunca estavas quieto, que tinhas sempre um projecto, uma ideia, uma coisa nova para dar. Hoje, deixaste-me sem pedir licença. Foste embora sem que eu o tenha consentido. E que faço eu agora sem o teu abraço? Que faço eu agora sem as tuas palavras doces e cruéis que eu mereço? Diz-me, Carlos. Diz-me, por favor! Não penses que te livras de mim. Não penses que te vou deixar de dizer que tens sempre razão. Tinhas sempre razão… A «tua menina» não permite o abandono. E há-de falar contigo como sempre. Porque o legado e a herança somos todos nós. Aqueles que formaste. Os que amaste. Todos os que fizeste teus discípulos. Sou o que sou pela tua mão. E sempre acreditaste em mim. Uma coisa te garanto, e conheces-me: quando te reencontrar, vou ficar zangada. E como sempre não vais gostar. E como sempre vais-me apaparicar. E como sempre vais terminar com o «minha menina». Um beijo para essa dimensão. Espera por mim. Há muitas conversas ainda a ter. E muita gargalhada para fazer o Céu estremecer. Havemos de o fazer, com muitos que já aí estão e outros que hão-de chegar. Porque todos chegamos. E nunca partimos...

Ana Isabel, a tua e sempre Ana Isabel. 

«Sou um homem sem pátria, sem terra, sem raiz, sem sítio, um homem do tempo, do dia, do momento. Corri mundo, conheci muita gente e muita coisa que me enriqueceu. Não é aqui, onde estou de passagem, que tenho o meu coração. Tenho-o no sítio onde estou, no momento em que estou. E não sei qual será o último e onde estarei quando morrer».
Assim te recordarei.

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