Dramas sociais ali mesmo ao lado
É um traço comum à sociedade portuguesa. Hoje, pela manhã, no espaço de uma hora, assisti a dois exemplos que retratam bem a sociedade com a corda na garganta em que vivemos. Uma jovem mão, passeava com o seu bebe, numa das artérias da capital. Mão no carrinho, telemóvel na outra. A conversa girava em torno de uma amiga que tomava conta de 18 crianças em casa. Cobrava 180 euros por cada uma. Numa ilegalidade que a situação económica do país assim obriga, esta mulher levava para casa ao fim do mês, mais de 3000 euros. A Segurança Social já actuou. Meia hora depois encontrava um casal em plena António Augusto Aguiar. Ela com o bebe ao colo ia discutindo com o pai da criança – uma expressão que agora anda na berra – por causa da guarda. Não trabalha, não tem condições para criar o filho e ameaçava levar o ex-companheiro para a barra do tribunal. A criança, de colo também, assistia aquele vendaval de palavras ofensivas entre pai e mãe. São estas as crianças que serão o futuro deste País. São estas as crianças que não pediram para vir ao mundo e cuja infância vai ser, já o sabemos, difícil. Era para isto que o Estado e os governos deviam olhar. Mas, a protecção dos menores, é sempre a menor das preocupações.
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