Portugal ainda não aprendeu a lidar com maioria relativa
Hoje o País ainda vai acordar em ressaca. As consequências do dia de ontem ainda estão a meio caminho. Mas não tardam a chegar. Como aqui disse na semana passada, tinha a esperança que o Presidente da República demovesse Pedro Passos Coelho a cometer um suicídio político e nacional. Tivemos agora a certeza de que, nesta jovem democracia, damo-nos mal com as maiorias relativas. Sabemos hoje, com mais esta prova, que teimamos em confundir maioria absoluta com estabilidade. A estabilidade ganha-se, com responsabilidade, com ou sem maioria parlamentar. A questão que, por ora, ninguém coloca é só uma: e se Sócrates vencer as legislativas antecipadas sem maioria absoluta? Na verdade, perante os contextos social, económico e político criados, Portugal só anda bem com maiorias absolutas. Então é bom que votem em massa em Passos Coelho e Paulo Portas para haver estabilidade. Porque a História prova que a esquerda não consegue criar condições - em coligação e/ou acordos parlamentares no pós-eleições. Porém, não sei porquê mas temo que os mesmos portugueses - incluindo eu - que tanto desejaram a demissão de José Sócrates são os mesmos que não confiam no presidente do PSD. O dilema surgirá. E é bom que pensemos nele.
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