A visão «paroquial» de Isabel Canavilhas


A ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, exortou hoje os jovens criadores a abandonarem a «visão paroquial» e a procurarem experiências no estrangeiro.«Na área da cultura, não me aflige nada que os jovens criadores saiam do país. Vão e demorem muitos anos! A cultura não tem fronteiras e a visão paroquial não interessa», disse. Paroquial é Canavilhas a dizer uma barbaridade destas. Infelizmente muitos vão porque cá não encontram oportunidades, muito menos na cultura. Triste ministra esta que temos. O que surpreende, porque, até agora, a ministra estava com um bom nível de desempenho. 

Comentários

Anónimo disse…
Lamento, mas não posso concordar menos com a sua visão, preocupante até numa jovem da sua idade, pelo que significa de afastamento das artes, de hoje e sempre e do seu globalismo sem fronteiras. Eu por mim concordo em absoluto com o que foi dito pela ministra - os jovens criadores portugueses devem livrar-se de uma visão paroquial da arte e irem beber lá fora as novas correntes, buscar mundividência e mundivivência. Sem isso, sem um profundo contacto internacional, só podem aspirar a ser o "presidente da junta", o maior da sua freguesia. Nenhum jovem artista que tenha aspirações pode deixar de concordar com ela! E ela não disse - vão de vez - disse - vão e demorem-se uns anos! Que é aliás o que fizeram todos, ou quase, os que hoje são alguém nas artes em Portugal. Na música clássica, por ex, não conheço nenhum que o não tenha feito. E também não se referia aos que não encontram cá emprego ou subsidios, mas aos jovens criadores com aspirações. Não se deve ser ligeiro ou politiqueiro nestas apreciações, o conselho é bom e deveria ser respeitado e seguido. E é tudo menos paroquial, ao contrário deste seu "pequenino" comentário.
Ana Clara disse…
Não sei quem é, porque não se identifica. Ainda assim, o que digo é que temos de apelar é à criação cá dentro, e as correntes e experiências que se «bebem» lá fora são, sem sombra de dúvida, importantes. Agora, depreendi das palavras da ministra, o repto para emigrarem os nossos cérebros, os nossos criativos, num tempo em que precisamos tanto da força e competência deles! Só isso. Obrigada por considerar o meu comentário «pequenino», nunca quis que fosse grande, até porque o desabafo e a opinião são livres e só lê quem quer.
Ana Clara disse…
Além disso, apesar de ser importante a experiência internacional, não se é pior por causa disso. Quando há competência e queda para o exercício de qualquer profissão, é-se bom cá dentro como lá fora.