Pina Moura – O «Cardeal» sem legitimidade moralista
É de uma graça amarga ver como os políticos em Portugal são de uma demagogia absurda. Pina Moura, antigo ministro das Finanças e da Economia de António Guterres, vem agora dizer, na edição de hoje do Jornal de Notícias, que os «sacrifícios deviam ter sido feitos há 10 anos». Ora há pouco mais de uma década tinha o reputado economista acabado de sair do Executivo. Mas não assume sequer, por um segundo, responsabilidades nesse campo. É, pois mais fácil para o «Cardeal» que começou a sua vida partidária no PCP, imputar culpas aos outros. O problema do país e da democracia representativa é também o de os eleitos - que têm a incumbência de representar quem os elege - nem sequer assumirem os seus erros e as suas negligências. Ora, mais de dez anos depois de, também ele, Pina Moura, ter sido responsável máximo pelas finanças nacionais, vem agora assumir o papel paternalista para o qual ninguém o legitimou. Ao Dr. Pina Moura, que nos últimos anos preferiu dedicar-se ao enriquecimento do seu currículo empresarial – na Media Capital e na Iberdrola Portugal – só tenho uma coisa para lhe dizer: ficar calado é um favor que faz ao país.
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