Que tempos nos esperam?
Hoje dei por mim a proferir uma frase tão aterradora quanto medonha: em quase 30 anos nunca vi tempos em que tantos perdem o emprego, ficam sem casa e não sabem como será acordar amanhã. A veia liberal - e esperada - que vem das mãos de Passos não vai ajudar. Em 2012 a taxa, que já vai nos dois dígitos, continuará a fazer estragos. Perguntamos nós: até quando?
Comentários
Por um lado, não há dúvida que a crise tem colocado muita gente no desemprego, deixando-lhes poucas hipóteses. Os que têm pouca qualificação, ou qualificação desajustada para as necessidades do mercado, vão sofrer o efeito da recessão.
Creio também que o desemprego temporário está a aumentar. Ou seja, há mais dificuldade e demora em transitar de um emprego para o outro. Nestes casos incluo muitos dos recém licenciados. Não creio (excepto para aqueles que tiraram licenciaturas "não empregáveis") que os que estão desempregados assim fiquem por muito tempo.
Temo ainda que a nossa taxa de desemprego histórica sempre camuflou o "verdadeiro" desemprego voluntário. Ou seja, há muita gente em Portugal que não quer ter trabalho, tendo no entanto emprego. Os que tanto tempo se escudaram em baixas prolongadas, trabalhos pouco exigentes ou objetivos de treta, vêem-se agora obrigados a trabalhar. Com o fim das reformas antecipadas, não há solução.
Para A MAIORIA dos que querem trabalhar... a vida não está fácil, há cada vez mais precariedade... mas penso que vai havendo emprego.
Mas isto digo eu sem pensar muito no assunto.
A estratégia óptima passaria por formar os trabalhadores ou dar-lhes condições reais de formação/requalificação antes de assumir as medidas anunciadas e as privatizações em massa. Contudo, os irresponsáveis que nos têm governado andaram a brincar à educação e à formação e desperdiçaram fundos europeus em formações fraudulentas e incipientes.
Até se pode dizer que estamos a viver acima das nossas possibilidades enquanto nação e não o discuto. Mas como sempre é o mexilhão que se lixa.